4 de novembro de 2008

VELHA INFÂNCIA



A Rosana, do Filhas da Pucka, me passou essa brincadeira, que me fez pensar bastante.

Brincadeira 1: Album de figurinha - colar o selinho na postagem.

Brincadeira 2 - Hora do recreio: conte a melhor brincadeira da sua infância.

Brincadeira 3 - Brincando de casinha, ou melhor, de cozinha: escreva a receita que fazia sucesso na sua infância.

E é aí que as memórias vem a tona.
Me desculpe, não tenho como falar de uma brincadeira ou de uma receita.
Mas posso falar das recordações, dos gostos e dos cheiros da minha infância.
Sempre fui moleca, do tipo que preferia brincar na rua com os meninos a brincar de boneca.
Me lembro exatamente de um Natal, quando eu tinha 5 aninhos.
Minha mãe me perguntou o que eu queria do Papai Noel, e eu respondi: um carro. Mas um carro daqueles que eu entre dentro.
E o bom velhinho realizou meu desejo.
Ele veio e deixou o tal carro debaixo da árvore. Era lindo, azul, conversível.
Eu, toda animada, entro no carro e pergunto pra mamis: Mas onde está a chave?
Mamis me mostra os pedais, ensina como o carro funciona.
E eu respondo: Acho que não me entenderam bem, eu queria um carro igual ao seu.
Era assim, eu tinha resposta para tudo.

Nas brincadeiras da escola, eu sempre determinava as regras, ou as modificava caso alguém o tivesse feito antes de mim. Acho que desde pequenina eu queria coordenar tudo, meio mandona mesmo. E hoje estou aqui, como coordenadora de produção. É, estava escrito.

E os cheiros, os sabores da minha infância.
Neta de italiano. O italiano mais lindo do mundo, que me entupia de bala antes do almoço. Era tão criança como eu, meu cúmplice.
Passava horas e horas escutando histórias da Itália, de como era a vida antes da vinda para o Brasil, e sentia a mesma saudade que ele. Não é a toa que na minha viagem a Itália, cada vez que eu virava uma esquina eu chorava, eu tinha a sensação de estar matando saudade de casa. Sim, ele estava lá comigo. Ele sempre está.

Minha infância tem cheiro de molho de tomate. Tem gosto de massa fresca. Minha avó fazia o melhor nhoque que eu já provei. Na verdade, tudo que ela fazia era delicioso. Um simples omelete se transformava em algo inacreditável.
E mamis aprendeu tão bem que posso até arriscar a dizer que superou a mestra.
Cada aniversário era um evento, ela fazia bolos, doces, e a decoração da festa. Cada ano um tema diferente. Uma verdadeira artista.
Até hoje, quando vou passar o fim de semana com ela, sou cercada de mimos e gostosuras. Ainda sou criança. A eterna caçula.

Meu pai me lembra água. Fosse na praia ou na piscina, eu fazia ele ficar brincando comigo dentro d'água até os dois ficarem completamente enrugados.

Obrigada, Rosana, por me fazer pensar nisso, falar disso.
São essas memórias que fazem de mim o que sou hoje.
Era para falar da infância, mas acabei falando mais da família. Mas tudo bem. Afinal eles foram e sempre serão meu porto seguro. Estejam eles onde quer que seja.
E para eles meu MUITO OBRIGADA.

Agora convido quem estiver disposto a participar da brincadeira. Não vou indicar ninguém em especial. Porque você tem que estar disposto a vasculhar suas memórias. Mas digo uma coisa: VALE A PENA.



"E a gente canta
E a gente dança
E a gente não se cansa
De ser criança
A gente brinca
Na nossa velha infância..."

Um comentário:

Talma disse...

Flor, tem selinho procê!